7.10.09

Uma micronotícia, bem micro mesmo

Acabo de ver uma notícia no mínimo rasa no Jornal da Globo.
Ela falava que houve recordes de falência entre as empresas no último período avaliado no Brasil e que mais de 96% destas falências foram de microempresas.
A tal matéria apresentava um tom superior de sabedoria e sem se comprometer, discursava que o SEBRAE avalia, que as principais causas dessas perdas, são a falta de capacidade em gestão empresarial por falta dos microempresários e a falta de reconhecimento de mercado pelos mesmos.

Um dos principais entrevistados da matéria era o superintendente do SEBRAE, que afirmava que tais fatores são essências (não diga!) e que os microempresários brasileiros eram carentes de tais ferramentas.
Além do tom soberbo da matéria, o que mais me chamou a atenção é que nada foi aprofundado. Nem mesmo foi citado o aumento dos impostos recente para as microempresas. A taxação para uma empresa classificada no simples nos últimos reajustes subiu brutalmente. Quem presta serviços na área de produção, por exemplo, como muitos outros setores, tiveram um aumento de mais de 10% de tributação sobre qualquer trabalho realizado.

Isto seria como diminuir o gol, estabelecer que a regra de impedimento agora exija 3 adversários entre o atacante que é lançado e a linha de fundo, aumentar o peso da bola e daí, caso a média de gols do campeonato brasileiro caia, dizer que a culpa é meramente dos atacantes ou dos times despreparados.

Claro que existem vários microempresários que são despreparados, aventureiros ou precisam de ajuda, ou seja os fatos apresentados não deixam de ser verdade, mas quando levantamos um tema tão sério, que como a própria matéria apresentava, fala sobre/com pessoas trabalhadoras que geram 57% dos empregos do país, temos a obrigação de não sermos tão rasos ou soberbos e irmos um pouquinho além.

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