15.10.09

Separados até que a morte os separe

Fui criado pelos meus pais em uma pequena casa onde, durante toda a minha infância, havia 1 banheiro. Até hoje, quando falo isso para minha esposa e alguns amigos, eles acham isso um absurdo.

Pensando bem, me dei conta de que todos os lugares, repúblicas, pocilgas, apartamentos em que morei, dispunham apenas de 1 banheiro também. Mesmo quando existiam 2 banheiros na planta da casa, o segundo não funcionava. Acho que sou homem de 1 banheiro só. Deve ser algum tipo de maldição.
Consigo até entender as facilidades que dois ou mais banheiros proporcionam. Eles devem diminuir e minimizar brutalmente alguns conflitos nas horas do rush domiciliar. O que eu não consigo entender é que dentro da mesma casa, um banheiro seja um terreno marcado, literalmente, por quem lá, mijou primeiro.
Não entra na minha cabeça, a razão pela qual algumas pessoas dizem que vão morar juntas ou se casar e daí separam tudo. Montam casas com banheiros separados, um para mulher, outro para o homem e muitas vezes, até os filhos tem banheiros individuais. Para que um moleque de três anos que nem sabe se limpar precisa de um banheiro?

As pessoas até montam casas para morar juntas, desde que as suas coisas não se misturem; o homem tem seu “quartinho” para suas “coisinhas”, a mulher tem seu quarto cheio de armários, e os filhos têm o espaço onde podem brincar. Ah, e é claro, cada um tem a sua televisão, nominal e intransferível com polegadas de acordo com a hierarquia que lhe cabe.
O metro quadrado dos cômodos e a geração das TVs variam de acordo com o poder aquisitivo, mas este fenômeno é observado desde a supernova classe média do ABC até as tradicionais famílias de Alagoas.

Daqui a pouco, vai virar moda os casais educarem seus filhos separadamente, apesar de estarem casados.
Em um casal com dois filhos, o marido cuida de um, a mulher cuida outro, assim não tem perigo de interferência, de um ensinar uma coisa errada pro filho que é responsabilidade do outro, assim a gente fica sabendo muito bem de quem é a culpa pelas cagadas do moleque.

Pois, é, morar sob o mesmo teto é uma coisa, morar junto é outra.

1 comment:

alessandra said...

Rá, esse post não é do Murilo. Não sei quem escreve nesse blog, mas tem cara de ser do Giu, o polar.

Eu quero meu banheiro só pra mim. E um quarto só pra mim também! Com uma cama só pra mim. Isso na eventualidade de um dia conseguir que meu namorado concorde em morar comigo ;)