23.5.10

Fim do mundo, mais uma vez

Todo mundo se sente chateado, todo mundo é esquecido de vez em quando, todo mundo passa por dificuldades, todo mundo perde de vez em quando.
Você acha que a sua vida é difícil, porque vê muito as coisas pelo seu ponto de vista.

11.5.10

Mas houve coerência...

Mais uma sobre futebol. Pudera, né?! Véspera de Copa do Mundo... a voz do inconsciente coletivo acaba sendo uma narração do Osmar Santos.

Hoje o Dunga anunciou a escalação mais esperada dos 23 jogadores que vão para a Copa da África do Sul. Digo que é a mais esperada, porque o Brasil talvez seja o único país que tem mais de 23 jogadores que podem ir com folga para uma Copa do Mundo.
Frustando a expectativa da maioria, ele não convocou Ganso e Neymar, talvez dois dos melhores jogadores do Brasil em atividade no atual momento.

Mas houve coerência. Ganso e Neymar não são viajados e nunca jogaram jogos internacionais. Eu, particularmente, não sabia que o número de carimbos no passaporte eram proporcinais à inteligência e à capacidade esportiva, mas pode ser porque não tenho muitos carimbos no meu passaporte também.
Mas houve coerência. É normal do ser humano preferir dizer "Viram, eu estava certo?" do que dizer "Tamo todo mundo junto no mesmo barco!!", ainda mais no campo do ego profissional.
Mas houve coerência. Ele não levou o Adriano, porque ele não está jogando bola no momento. Então quem está, não deveria ir?
Mas houve coerência. O Dunga alegou que só levou quem ele conhece e já havia convocado antes. Então, o que o Ganso está fazendo na lista de suplentes? Quer dizer que se apertar o critério muda?
Ainda bem que até hoje nunca vi nenhum narrador narrar um gol gritando "Que coerência!!!"

3.5.10

Ganso nas alturas!

Pois é, ontem o Santos acabou com possibidade de um Sarriá paulista. Foi campeão, jogando contra o grande Santo André, o maior time do Grande ABC.
Falou-se muito do título da molecada, mas falou-se mais da atitude do Paulo Henrique Ganso. Quando levantaram a placa apontando seu número para ser substítuido, Ganso simplesmente disse (leia-se: gesticulou) que não ia sair, que ia jogar e ficar em campo até o final.


Alguns grandes pequenos teóricos afirmavam que isso era um ato que afrontava e desrespeitava a autoridade do técnico; que Ganso, apesar, de ter jogado um partida incrível, ter sido o melhor homem em campo, fundamental para a vitória, deveria ser punido, porque isso não se faz.

Pois é, trata-se realmente de um ato de afronta, mas afronta não é sinônimo de desrespeito. E que isso fique bem claro. A autoridade existe basicamente para ser obedecida e desafiada, só assim evoluímos. Várias vezes afrontamos quem respeitamos para que ambos acertem.

Os grandes pseudo-sábios dos programas esportivos só se esqueceram de discutir uma coisa essencial: o resultado da afronta.
Se ele tivesse sido expulso, feito alguma bobagem e seu time tivesse perdido o campeonato, ele teria que assumir as consequências do seu ato.
Agora, "a autoridade em pessoa", Dorival Junior, concordou com Ganso. Ele ficou em campo e sua permanência resultou no título para o Santos. Isso faz toda a diferença.

Alguns vão dizer: "mas ele deu um mau exemplo". Pelo contrário. Mau exemplo dá quem se omite na hora do aperto ou quem assume uma responsabilidade da qual não dá conta.
Em um mundo em que as pessoas têm cada vez mais medo de assumir responsabilidades, de serem politicamente incorretas, de se arriscarem em prol do coletivo, o moleque deu um exemplo de confiança em si mesmo e em seu time. Ave Ganso!